O que CS Lewis nos diz sobre o amor [Resenha Os quatro amores — CS Lewis]
CS Lewis é extremamente didático. Mesmo que em todo prefácio tenha um lembrete de nunca levantar uma bandeira de verdade absoluta. Ele não está querendo te provar nada, é certo, mas constrói uma linha de raciocínio que nos faz perceber que ele ensina algo — e chegaremos a algum lugar com isso.
O livro Os 4 amores traz ideias simples sobre relacionamentos.
Para ele, o amor pode ser comunicado de 4 maneiras: Afeição, a forma mais básica de amar; Amizade, considerada a mais rara; Eros, o amor apaixonado; e Caridade, o amor maior e menos egoísta deles.
A humanidade é tragicômica; mas a divisão de sexos capacita cada um a ver no outro a piada que frequentemente não percebe dentro de si — e a experiência do outro também.
Independente da forma que o amor é retratado, ele é comunicado por algo maior que a gente. Quando nos colocamos na posição de entender o porquê mantemos uma relação com alguém, entendemos que existe uma responsabilidade nossa. Essa responsabilidade não é jogada no nosso colo, é nossa, porque a vida não é feita do que os outros esperam. Ela é feita do que a gente escolhe. E escolhe com responsabilidade.
Quando escolhemos amar alguém, cuidar de um relacionamento ou olhar de forma calorosa o próximo, escolhemos o papel de servir. O amor é sobretudo para quem se coloca nesse papel de servir.
Qualquer divagação que o autor faça sobre as propriedades do amor, ele chega a conclusão que a gente precisa aprender uns com os outros. E — também- podemos aprender com os conflitos. O embate que fugimos pode nos ensinar (muito) sobre nós mesmos.
Até quando ele cita que a amizade é um dos mais espirituais amores — porque envolve entrega com responsabilidade e tempo — começamos a interpretar nossos amigos com a máxima cautela. E até tentar levar mais a sério nossas escolhas de quem está ao nosso lado.
O autor quer mesmo esse questionamento. Essa inquietação. Ele deseja que você reavalie seu caminho, mas como não pode fazer isso por você, ele deixa bem claro sua linha de raciocínio para que o leitor consiga saber onde se questionar. Isso é extremamente didático.